há dias acabei de ler um ensaio de Nietzsche que me foi completamente visceral - A Origem da Tragédia - uma exposição teórica daquelas que são as verdadeiras raízes da tragédia. basicamente, e não querendo pregar uma valente seca a ninguém, tenho a dizer que Nietzsche concebe a tragédia como originária de dois instintos: o apolíneo e o dionisíaco. a saber, Apolo e Diónisos, duas divindades da cultura helenística, formam, num amplexo, a força que concebe a tragédia ática. com efeito, a «alma apolínea», que se traduz no poder de individuação, em contraste com a «alma dionisíaca», que eleva a Vontade universal, ou seja, que concebe a imiscuação do homem na melodia do Universo, estão devidamente doseadas nesta força concepcional, mas... a embriagez dionisíaca, pela sua própria natureza, consegue ultrapassar a ingenuidade apolínea. SÍNTESE: foi do fabuloso coro dionisíaco que a cultura bebeu até ao atingir do mundo onírico e orgiástico da embriaguez: «(...) é especialmente por efeito da música que o espectador da tragédia se sente invadido pelo pressentimento seguro de uma alegria suprema (...) de maneira que ele crê ouvir a voz mais secreta das coisas que, do fundo do abismo, lhe fala inteligentemente». existe tanto mais que podia expôr, mas eu não sei escrever como Nietzsche e apenas queria cativar as atenções para uma obra que pode ser interessante de se passar os olhos, um pouco da alma e também dos neurónios.
agora é a parte em que vocês dizem "vai cortar os pulsos", mas eu estou com uma grandessíssima bebedeira divina:
"Ave Diónisos, deus do Vinho"!!