o pretérito perfeito tem a mania que é o protagonista da minha história. às vezes dou-lhe as luzes da ribalta, ele sente-se o sublime actor que recebe a sua homenagem. patife! (de facto, acho que o merece, mas não me apraz pactuar com isso).
o presente é um miserável que se arrasta à procura de um papel, nem que seja o de menina de recados, encarregue de levar ao futuro a carta que lhe propõe uma presença em cena.
com efeito, o futuro é o figurante que, sendo um inútil voluntário, dá uma certa "cor" ao cenário que é tão pobre como o actor que ciranda no palco, assobiando à falta de sentido que encontra em si mesmo.
não sei qual dos três o melhor, mas concerteza o mais nítido é o primeiro. é o incontestável protagonista.
não sei quem é o encenador desta maldita peça, mas por favor acuse-se e troque os papéis... ou terá de ajustar contas com a "possibilidade de um Deus" que me protege (?)
agora que acabei a minha explanação, digo, à boa maneira brechtiana, que tudo o que escrevi foi pura crítica a todos aqueles que simplesmente não esquecem (idiotas). o leitor que não se iluda, eu não sou verdadeira protagonista de mim mesma.