quarta-feira, 18 de maio de 2011

diário de um (auto)convencimento



foge. inverte a marcha, não vás por aí. foge. não insistas com a chave na fechadura errada. foge. deixa de ver “com” onde está “sem”. foge. não te prendas no que poderia ser. foge. dá ordens ao teu corpo para agir. foge. pára com essa treta da psicologia. foge. não sossegues o espírito com uma garantia. foge. anula o pensamento. foge. silencia o grito impaciente. foge. droga a vontade. foge. nada te prende, nem mesmo a tua afecção cega.


à desordem que te quer dominar responde com a disciplina da fuga.


entrega aos pés essa demanda, e não deixes que a cabeça interfira. esquece tudo o que já existia sem ter existido.
vai.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

pausa



o tempo são passos. ouço passos na minha cabeça. passos urgentes que aceleram à medida que o labor das ideias aumenta.
o tempo não foge nem voa, ele circula na sua flânerie dentro de mim. está aqui. olá tempo. deixa-me em paz. podes sentar-te um pouco. a caminhada ainda é longa (espero eu); tem calma.
ofereço-me à pausa do tempo (ou é antes ele que me dá o benefício dessa pausa). os objectos estão todos a olhar para mim na sua estupidez máxima. sinto-me superior à minha caneta.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 …


o tempo parou dez segundos, que pressa que ele tem. já ouço novamente os passos familiares da sua promenade. já posso dormir descansada, porque hoje vou sonhar. tenho a certeza. os seus passos trabalham para a dimensão do incosciente…




acho que já estou a dormir.