quarta-feira, 30 de outubro de 2013

un étrange voyage

comboios. adoro comboios nos filmes! hoje tive o gosto de conhecer mais um (filme) - Un Étrange Voyage – com esse, chamemos-lhe, acessório temático. mas o percurso fazemo-lo a pé, ao lado de Pierre, tal como a sua filha Amélie,  ao longo da linha de caminhos de ferro que liga Troyes a Paris, que é como quem diz, um percurso a pé dentro de nós mesmos, detetives da interioridade. o cinema permite-nos isso: transportar os movimentos (e, neste caso, o movimento aparente) na tela para dentro de nós. todos procuramos algo, mesmo que não seja a maman do “pequeno” Pierre ou a Miss Froy do filme The Lady Vanishes (Hitchcock). todos procuramos, além de pessoas, coisas, sentidos, “a melhor maneira”... Pierre não encontrou a mãe*, mas encontrou-se com a filha. e quanto a nós, todos nos procuramos através da procura do outro. é tão simples quanto verdadeiro. mas insisto: o comboio é o mais belo símbolo da viagem.
(reservo-me ao direito de expressar apenas este aforismo sobre o filme. há muito mais. muito mais a dizer. sempre.)


vou montar carris à volta do coração.


*(ver o filme)

Un Étrange Voyage (1980), Alain Cavalier 

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