quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

"I'm Nobody! Who are You?"


I'm nobody! Who are you?
Are you nobody, too?
Then there's a pair of us -don't tell!
They'd banish us, you know.

How dreary to be somebody!
How public, like a frog
To tell your name the livelong day
To an admiring bog!



Emily Dickinson




La petite marchande d'allumettes (1928), J. Renoir

domingo, 1 de fevereiro de 2015

stuff


é quando estou de partida, que percebo a minha identidade a dividir-se, como se deixasse as mãos agarradas aos objectos dos últimos dias, ou trouxesse no olfacto a naftalina do guarda-roupa onde ainda existem os vestidos com rendinhas e laços. fico desnorteada na estrada que se vislumbra, a estrada que me levará de volta ao lugar onde os objectos/coisas ainda não são memorabilia, mas instrumentos de construção pessoal. a casa, esse imóvel teórico, é outra história. agora só penso nos objectos - sinto que sem eles não consigo ser sujeito.


[e não sou materialista.] 


(Fanny e Alexander, Ingmar Bergman)