é quando estou de partida, que percebo a minha identidade a dividir-se, como
se deixasse as mãos agarradas aos objectos dos últimos dias, ou trouxesse no
olfacto a naftalina do guarda-roupa onde ainda existem os vestidos com rendinhas
e laços. fico desnorteada na estrada que se vislumbra, a estrada que me levará
de volta ao lugar onde os objectos/coisas ainda não são memorabilia, mas instrumentos
de construção pessoal. a casa, esse imóvel teórico, é outra história. agora só penso
nos objectos - sinto que sem eles não consigo ser sujeito.
[e não sou materialista.]
(Fanny e Alexander, Ingmar Bergman)
Como te entendo, rapariga!
ResponderEliminarbeijo cinéfilo!