quarta-feira, 14 de abril de 2010

amanhã


a noite deixa-me mais frágil, mais vulnerável à consciência da minha espera. o dia acabou e nada trouxe com ele. não tenho notícias tuas... como estás? por onde andas? pensas em mim? dá-me notícias. é natural que chore, todos me dizem, é natural que sinta, é incontrolável, é natural que sofra, é inevitável. o amanhã surge como a coisa mais desejada e, ao mesmo tempo, como a coisa mais temida. o desejo confina-se à esperança, o medo à perda. o amanhã é o primeiro dia da minha vida, assim chamado porque pode ser a vida ou a morte. já me sinto a tremer pelo que virá, já me sinto ansiosa pela pressa da tua presença. a espera tortura mas acalma. eu estou à espera, e estarei sempre, mesmo que tentes cessar essa espera amanhã.


amanhã, amanhã, amanhã... haverá sempre um amanhã, porque vivo a aguardá-lo.

1 comentário:

  1. Inês, revi-me tanto, mas tanto no teu texto que estou com lágrimas nos olhos e boquiaberta por teres descrito o que sinto na perfeição.
    Obrigada

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