como é fugaz a nossa certeza das coisas. eu não percebo, aliás, como chegamos a ter certezas. apanhamos a certeza como quem apanha uma borboleta e a guarda religiosamente entre as mãos côncavas. ela faz-nos cócegas com as asas, mas não a soltamos porque queremos guardá-la para nós. temos a certeza nas mãos. ela sossega as suas asas e pousa na mão que é a base. a mão que está por cima é levantada cuidadosamente, como um concha que se abre... a certeza continua lá: bela e serena, quase com um vislumbre de eternidade. num repente, a certeza voa.
vejo-a lá ao fundo, sendo apanhada por outras mãos ávidas de...
(fotografia: Sommarlek, Bergman)
[existe um provérbio (judaico?) que adverte que no "jardim onde se semeia a razão não crescem flores"... o mesmo se pode alegar das certezas, essa breve brisa, nunca casulo - somente borboleta, quase em fogo]
ResponderEliminarum imenso abraço,
Leonardo B.
Muitas vezes deixamos escapar essa borboleta por entre os dedos, mas mesmo assim, faz todo o sentido continuar na sua busca, até que, quem sabe, um dia, possamos alcançá-la... :))
ResponderEliminarGostei imenso do texto querida*