pintei, com os olhos, uma andorinha no céu, uma nuvem branquinha e fofinha, e um avião longínquo a desenhar um coração com o seu rasto; na calçada, uma pastilha fresca, acabada de saltar da boca à força de um cuspo, uns sapatos cor-de-rosa choque, um livro caído de umas "mãos rotas", e uma moeda resvalada de um bolso descuidado. pintei ainda, no ar, uma borboleta para ornamentar o meu estado vegetal à procura do preenchimento do pequeno mundo onde existo no aqui e agora. sou um mármore que imagina e reproduz no vazio toda a força de um pensamento que vive debaixo da pedra. finjo que leio o jornal.
o céu hoje está demasiado limpo.
a calçada demasiado monótona.
a calçada demasiado monótona.
o ar respirável demais.
é o tédio que passeia pela rua. lá vai ele emproado e vaporoso...
desci à realidade.
please, bring me flowers. bring me a new day.
ao pédido: plantei girassóis para você.
ResponderEliminarTão verdade, quantas vezes fingimos estar ocupados, quando tudo nos distraí e desconcentra?
ResponderEliminarMuitas vezes os nossos pensamentos não nos deixam ler o jornal, só nos resta a ilusão de estar a lê-lo...
Gostei mt querida, beijo*
Gui: MUITO OBRIGADA ;D
ResponderEliminarSusy: há sempre um fundo de verdade em tudo o que escrevemos, certo? nem que seja para nós...*