6:55h da manhã. manhã? pronto, manhã em trabalho de parto.
movimentos empedernidos do corpo, dor de cabeça que grita "não são horas para a realidade".
movimentos empedernidos do corpo, dor de cabeça que grita "não são horas para a realidade".
vestir calças, vestir camisola, lápis preto nos olhos, calçar botas, envergar casaco e mala ao ombro, para parecer gente.
chávena quente a aquecer as mãos: capuccino.
rua quase deserta, calçada húmida, passos arrastados, olhos semicerrados.
ainda durmo.
aula. entrar. sentar. abrir caderno. tirar a tampa da caneta.
mecânica deliciosa.
a manhã é a altura do dia que corresponde a uma anestesia geral, em que estou protegida pelo sentimento de que "nada pode acontecer de mal", como se de um período extraordinário se tratasse. os anjinhos do sono permanecem a meu lado, como uma prótese do sonho.
não acordo até ao tabefe do "bom dia".
não acordo até ao tabefe do "bom dia".
a manhã é um lugar estranho.
Não conheço ninguém capaz de exprimir um cotidiano tão bem, com poesia na combinação das palavras, quanto você.
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