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ao fundo da estante está aquele livro proibido. o livro que tem páginas marcadas com dobras ao canto das folhas. foram os dedos do tempo que as dobraram, para lembrar o dia em que abandonei a esperança naquela história. são páginas que guardam a força dos pontos finais, páginas que não deixam passar às seguintes, páginas que gritam a rigidez do papel e bloqueiam a entrada para a ilusão bonita que nelas se escreveu. ao fundo da estante está aquele livro que olho com desejo de abrir, rasgar as páginas marcadas pelos dedos do tempo, reescrever a história e colocar vírgulas e reticências, fazendo respirar as frases que me conduzem a ti. o caminho é longo, a caminhada é regular, o destino é incerto. palavra a palavra, assim dou os passos para...