ao fundo da estante está aquele livro proibido. o livro que tem páginas marcadas com dobras ao canto das folhas. foram os dedos do tempo que as dobraram, para lembrar o dia em que abandonei a esperança naquela história. são páginas que guardam a força dos pontos finais, páginas que não deixam passar às seguintes, páginas que gritam a rigidez do papel e bloqueiam a entrada para a ilusão bonita que nelas se escreveu. ao fundo da estante está aquele livro que olho com desejo de abrir, rasgar as páginas marcadas pelos dedos do tempo, reescrever a história e colocar vírgulas e reticências, fazendo respirar as frases que me conduzem a ti. o caminho é longo, a caminhada é regular, o destino é incerto. palavra a palavra, assim dou os passos para...
Para o quê? O destino é incerto, não é possível sabe-lo exactamente. Mas nós é que escrevemos as suas palavras, e só nós é que podemos colocar a sua pontuação e a forma de como irá ser escrito. Só nós é que lhe podemos dar vida...
ResponderEliminarIsto já me fez pensar um bocadinho hoje :)
[o corpo, o corpo do livro inacabado
ResponderEliminaracontecendo a cada passagem no tempo, a cada passagem da mão que tacteia as tantas terras que cada história inventou para cada uma das fronteiras imaginárias, o corpo dos livros possíveis, inacabados.]
um imenso abraço, Inês
Lb