ligo o rádio e giro o botão das frequências num gesto aleatório,
à espera de encontrar um silêncio fortuito a raiar no meio do turbilhão de sons
que se forma pela passagem de umas para as outras. procuro-o como quem quer ver os
espaços negros entre os fotogramas de uma película de cinema, como se abdicasse
da persistência retiniana para segurar um intervalo preto no olho. preciso de
encontrar esse silêncio, assim, a separar-se da esquizofrenia ruidosa. o contraste. um silêncio que, de tão abrupto, envergonhe quem o ouse quebrar. sentir que o
tempo parou, só para eu encher novamente os pulmões.
[suspenso,
ResponderEliminarintenso o ar da palavra que no corpo se faz
atmosfera,
o primeiro horizonte suspenso, quase ar.]
um imenso abraço,
Lb