corria atrás da história mais bela do mundo. ela corria mais
depressa. olhava para trás e fazia aquele ar perverso, com um trejeito na boca : “não
me apanhas”. qual criança a brincar à apanhada, era o diabo da história mais
bela do mundo, que gozava comigo como se goza com um velhote que já não tem agilidade para acompanhar os malabarismos dos mais novos. senti-me terrivelmente velha. gritava o seu extenso nome, como se
lesse um tratado de posse: "História Mais Bela do Mundo, não fujas de mim, dá
uma oportunidade à minha humilde escrita, torna-a mais nobre com a tua beleza. vieste para mim." - ela
continuava a correr. e agora ria. ria muito. tanto que doía. acordei com a dor causada pela gargalhada da história mais bela do mundo.
enquanto ela viver no meu sonho, sei que não vai a lado
nenhum. tranquei a porta do sonho à chave. do lado de fora. (e um segundo antes de acordar)
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