sexta-feira, 4 de novembro de 2011

desenhos para ti




estás no sítio das coisas eternas, eu perdoo-te. envia-me um bocadinho do infinito, em troca eu faço-te um desenho bonito e peço àquela avioneta que to faça chegar.
já não sei desenhar como quando tinha 6 anos. os meus desenhos agora não fazem sentido, são adultos e vazios, as linhas já não têm mistério nem provocam a compulsividade deítica. há qualquer coisa que mudou. o que mudou foi o sentido de verdade. dantes a verdade era uma viagem, agora a verdade adotou o nome morte.


quando conhecemos o verdadeiro sentido desta palavra, não mais desenhamos com a mesma esperança de que o que fizemos vai chegar ao outro lado; não mais gravamos a magia e a inocência nos traços sinuosos e aventureiros que o lápis, feliz servo, percorre na folha branca.





e voltar a ter 6 anos?

1 comentário:

  1. ......

    Se queres desenhar o mundo, começa pela tua casa,
    pelo teu corpo de asa que não se soube quebrar,
    pelo voo e dobra do tempo que não te tomou,

    Toma o tempo devagar, do quase nada
    reconstrói o tempo,
    não em nome do tempo
    do tempo
    mas do sangue, da semente onde a casa do mundo habita
    no que resta da criança inacabada
    (…)


    Com um abraço, sincero

    LB

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