a linha entre o que somos e o que devemos ser é muito ténue. umas vezes somos como achamos que devemos ser, como alguém nos disse para ser, e nesse ditado perdemos a referência do nosso verbo. outras, seguros no nosso eixo ontológico, temos a audácia de ser, simplesmente ser, de respirar pela nossa boca, sem atentar ao cumprimento do código da estrada das aparências, e aí somos multados pela nossa péssima condução, que coloca em perigo os outros condutores. todos procuramos a nossa estrada, recta, no deserto, OU, o condutor que não nos apite e aprenda connosco a arte da má condução (e que, respirando pela sua boca, partilhe também um pouco do seu ar).
ambas utopias.
ambas utopias.
estamos destinados a viver nas trincheiras entre o que somos e o que é suposto sermos. uma guerra sem tréguas.
talvez se vendarmos os olhos nos divertamos mais neste jogo.
[perigoso o acto de vendarmos a vista quando a imagem do espelho é uma só, e os seus lados dois; a "arte" deve estar algures entre o que os olhos depreendem e o que o coração sabe ler]
ResponderEliminarum imenso abraço,
LB
http://www.youtube.com/watch?v=XwIdPZLvzSI
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