- Bach. Sebastien Bach.
- é bonita.
Tystnaden, Ingmar Bergman
há dias comentava com alguém que se me confrontassem com a pergunta "qual o teu compositor favorito?", no imediato, eu responderia Bach. não sei se é pela beleza do seu nome, uma espécie de som cheio que nos fica na boca ao pronunciar um erre suspirado, incompleto pela não junção do céu da boca com a língua. talvez seja o nome, sim. afinal, a forma como se diz o nome tem um pouco de metáfora da forma como se recebe a sua música (a do autor, digo), uma quase junção entre o Céu e a Terra, um suspiro celeste que chega ao coração e impede a fala, não concretiza a palavra, porque o silêncio se interpõe, esse erre imperfeito que não deixa a língua roçar a ogiva do palato. além desta possível razão, também é um facto que tive o meu primeiro contacto com a biografia de Bach aos catorze anos, na biblioteca do meu pai, num livro chamado "Grandes Vidas Grandes Obras", das selecções do Reader's Digest. ainda me lembro do título da sua biografia constante neste livro grosso e tão cheio de outras: A sua música chegava ao céu. a biografia de Mozart e de Beethoven também figuravam entre as ilustres nesse bloco maciço que eu invejava não ter escrito, mas foi Bach que me atraiu instintivamente, um título que me chamou baixinho, como se faz quando queremos contar um segredo. depois de conhecer a vida de Bach, conhecer a sua música foi o esplendor de um gosto anteriormente infundado e cego. e hoje, que mais uma vez me encontrei com ela n'O Silêncio de Bergman, voltei a ter aquele impulso suave, aquela certeza vaga de que ele é o meu favorito. Bach(rrrrr...).
(Tystnaden, Ingmar Bergman)
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