termino o ano com um excerto
sobre a morte “imaginária” de Guy de Maupassant, que me trouxe à memória The
Call of the Wild, o filme de William Wellman baseado no livro de Jack London
(cuja leitura ainda está por concretizar). talvez não haja melhor maneira de
celebrar a vida, os anos que passam, do que esta de convocar o seu oposto,
ainda para mais se o oposto se camuflar num uivo selvagem, num grito das trevas para
encontrar uma nova luz:
uma boa Luz, é o que desejo a todos para 2015.
uma boa Luz, é o que desejo a todos para 2015.
«No dia 6 de Julho de 1893, após
anos de injecções de Pravaz, Guy de Maupassant morre de gatas, ladrando e
salivando, face a uma parede que estava a lamber. Tinha quase quarenta e três
anos. As suas últimas palavras terão sido: “Trevas, oh! Trevas”. Pouco antes,
tinha afirmado: “Alguns cães que uivam exprimem muito bem o meu estado. É um
lamento deplorável que não tem destinatário, que não vai para lado nenhum, que
nada diz, e que lança na noite o grito da angústia preso junto ao peito que eu
gostaria de poder soltar... Se eu pudesse gemer como eles, iria embora de vez
em quando, muitas vezes, para uma grande planície ou para o fundo de um bosque
e uivaria assim, durante horas, nas trevas”.»
Mortes imaginárias, Michel
Schneider